A fertilização in vitro (FIV) é uma das técnicas de reprodução assistida mais utilizadas em todo o mundo. Ela oferece esperança a muitos casais que enfrentam dificuldades para conceber naturalmente. Mas como em qualquer tratamento médico, existem riscos e possíveis complicações. Uma preocupação que tem sido amplamente discutida é a relação entre a FIV e a pré-eclâmpsia, uma condição séria que pode ocorrer durante a gravidez. Neste artigo, exploraremos essa questão em detalhes, abordando o que é a pré-eclâmpsia, como a FIV pode influenciar o risco dessa condição, e o que pode ser feito para minimizar os riscos.

O que é pré-eclâmpsia?

A pré-eclâmpsia é uma complicação da gravidez caracterizada por hipertensão arterial e sinais de danos a outros órgãos, mais frequentemente o fígado e os rins. Geralmente, ocorre após 20 semanas de gestação em mulheres com pressão arterial em níveis normais. Se não tratada, a pré-eclâmpsia pode levar a sérias complicações para a mãe e o bebê.

Sintomas da pré-eclâmpsia

Os sintomas da pré-eclâmpsia podem variar, mas frequentemente incluem:

  • Pressão arterial elevada;
  • Excesso de proteína na urina (proteinúria);
  • Inchaço severo, especialmente no rosto e nas mãos;
  • Dores de cabeça fortes;
  • Alterações na visão (visão turva, sensibilidade à luz ou perda temporária da visão);
  • Dor abdominal superior, geralmente sob as costelas do lado direito;
  • Náuseas ou vômitos

Afinal, FIV e pré-eclâmpsia: existe uma relação?

Pesquisas têm sugerido que há uma associação entre a FIV e um risco aumentado de pré-eclâmpsia. Existem várias teorias que tentam explicar essa relação, mas ainda não há um consenso definitivo.

Fatores de risco comuns

Muitas mulheres que recorrem à FIV já estão em uma categoria de risco mais alto para pré-eclâmpsia devido a fatores como:

  • Idade materna avançada: No geral, mulheres que realizam FIV costumam ser mais velhas, e a idade materna avançada é um fator de risco conhecido para pré-eclâmpsia.
  • Gravidez múltipla: A FIV tem uma maior incidência de gestações múltiplas (gêmeos, trigêmeos), e gravidezes múltiplas estão associadas a um risco maior de pré-eclâmpsia.
  • Histórico de infertilidade: A infertilidade em si pode estar relacionada a condições subjacentes que também aumentam o risco de pré-eclâmpsia.

Impacto dos tratamentos de fertilidade

O próprio processo de FIV pode contribuir para um risco aumentado de pré-eclâmpsia devido a vários fatores:

  • Manipulação hormonal: Os tratamentos de FIV envolvem a estimulação hormonal dos ovários, que pode influenciar a função endometrial e a implantação do embrião, potencialmente afetando a saúde placentária.
  • Tipo de embrião transferido: Embriões frescos versus congelados podem ter diferentes impactos no risco de complicações na gravidez, incluindo a pré-eclâmpsia. Estudos sugerem que a transferência de embriões congelados pode estar associada a um risco menor de pré-eclâmpsia em comparação com embriões frescos.
  • Doação de óvulos: Gestações resultantes de doação de óvulos têm mostrado um risco aumentado de pré-eclâmpsia, possivelmente devido a fatores imunológicos.

Como minimizar os riscos?

Embora a relação entre FIV e pré-eclâmpsia não possa ser completamente evitada, existem medidas que podem ser tomadas para minimizar os riscos, como:

  • Monitoramento e cuidados pré-natais

  • Estilo de vida saudável

  • Tratamentos preventivos

Experiência pessoal e apoio emocional

Além dos aspectos médicos, é importante considerar o impacto emocional de uma gravidez de alto risco. Mulheres que engravidam através de FIV já podem estar lidando com uma série de desafios emocionais relacionados à infertilidade. O risco adicional de pré-eclâmpsia pode aumentar o estresse e a ansiedade.

Por isso é tão importante contar com uma rede de apoio, e, caso necessário, ajuda profissional. 

Conclusão

A pré-eclâmpsia é uma condição séria que pode complicar a gravidez, especialmente em mulheres que engravidam através da FIV. Embora haja uma relação entre FIV e um risco aumentado de pré-eclâmpsia, entender os fatores de risco e tomar medidas preventivas pode ajudar a minimizar esse risco.

É fundamental que as mulheres que passam por FIV recebam cuidados pré-natais de alta qualidade e mantenham um estilo de vida saudável para que a gravidez seja segura. Além disso, o apoio emocional e psicológico é crucial para ajudar a lidar com o estresse e a ansiedade que podem surgir durante essa jornada.

Dra. Sarah Hasimyan, Ginecologista e Obstetra

Bem-vindo ao meu universo dedicado à saúde feminina e à realização do sonho da maternidade. Meu nome é Sarah Hasimyan, e sou uma apaixonada ginecologista e obstetra com uma especialização marcante em reprodução assistida.