A ideia de envelhecimento costuma estar ligada à passagem dos anos e a tudo o que isso traz: experiência, mudanças na saúde, na pele, no corpo como um todo. Quando se fala em fertilidade, a idade da mulher é um fator determinante — mas e os óvulos, eles “envelhecem” também? A resposta é que, em certo sentido, os óvulos acompanham a idade cronológica da mulher, só que de uma forma peculiar. 

Por que os óvulos “envelhecem” junto com a mulher?

Diferente do espermatozoide, que é produzido constantemente ao longo da vida do homem, os óvulos são formados ainda na vida intrauterina. Isso significa que, ao nascer, uma menina já carrega todos os óvulos que terá durante a vida. Eles ficam ali, “adormecidos” nos ovários, e começam a amadurecer ao longo dos ciclos menstruais a partir da puberdade.

Como esses óvulos estão presentes desde o nascimento, eles envelhecem na mesma linha do tempo que a mulher. Cada aniversário que a mulher completa é também, de certa forma, um “aniversário” para aqueles óvulos que estão guardados. Ao longo dos anos, fatores internos e externos podem afetar a qualidade dessas células.

Qual é o impacto disso na fertilidade?

Com o passar do tempo, é comum que a qualidade dos óvulos diminua. A partir dos 35 anos, por exemplo, é mais difícil encontrar um óvulo que não tenha algum tipo de alteração genética. Isso não quer dizer que a gravidez seja impossível, mas as chances naturais vão diminuindo e o risco de algumas complicações aumenta.

Ao mesmo tempo, uma mulher de 40 anos que se cuida bem, pratica exercícios e tem uma dieta equilibrada, pode estar em excelente forma física, sentir-se jovem e saudável. Porém, os óvulos dela terão a mesma idade: 40 anos. A qualidade do óvulo não depende só de como a mulher se sente ou se mantém ativa, mas também de fatores biológicos inerentes ao passar dos anos.

O que pode ser feito?

Para quem quer engravidar mais tarde, a medicina reprodutiva oferece algumas alternativas, como o congelamento de óvulos em idade mais jovem. Assim, quando a mulher decide ter filhos, ela pode usar óvulos coletados em uma fase em que eles estavam “mais novos”, reduzindo o impacto do tempo sobre sua qualidade.

Além disso, tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), podem ajudar a selecionar os melhores embriões formados a partir desses óvulos, aumentando as chances de uma gravidez bem-sucedida. Cada caso é único, e conversar com um especialista é essencial para entender as possibilidades.

Em resumo

A idade do óvulo e a idade da mulher andam juntas porque os óvulos estiveram lá desde sempre, acompanhando toda a trajetória. Ainda que a mulher se sinta em plena forma, a reserva e a qualidade dos óvulos refletem sua idade biológica. Isso não significa que tudo está perdido após uma certa idade — apenas que, se a maternidade faz parte dos planos, vale conhecer as opções de preservação da fertilidade e considerar o aconselhamento de um especialista. Assim, é possível tomar decisões conscientes e alinhadas ao seu momento de vida e desejos para o futuro.

Dra. Sarah Hasimyan, Ginecologista e Obstetra

Bem-vindo ao meu universo dedicado à saúde feminina e à realização do sonho da maternidade. Meu nome é Sarah Hasimyan, e sou uma apaixonada ginecologista e obstetra com uma especialização marcante em reprodução assistida.